Olha, vou falar uma coisa e sei que corro o risco de ser apedrejado, linchado e perder as poucas pessoas que me leem, mas ai vai.
Antes de começar a conversa, vou fazer uma pergunta: você conheceu Itamar Assumpção?????
Se você conheceu, parabéns! Se não conheceu, vou falar aqui algumas coisas sobre o cara, e pode ser que te ajude a conhecê-lo.
Me lembro quando ouvi a primeira vez Itamar. Eu tinha 14/15 anos, morava em Campinas e vinha com uma certa frequência ver o programa Fábrica do Som no Sesc Pompéia e nos shows que tinham na Sala Funarte. Isto era 1983/1984.
Não tinha nada parecido com o que o cara fazia. Era algo meio misturado com quadrinhos, só que, diferente do Arrigo Barnabé, era mais "suingado" e audível.
Aquele backing vocal, um baixo marcado e o grande batera "Gigante" eram algo muito diferente do que se ouvia. Claro que o pessoal do Paraná, com aquela mania de fazer algo bem diferente para "aparecer" sempre mandava muito bem. O time paranaense era Arrigo Barnabé, que também veio de Londrina no Paraná igual ao Itamar que era de Tietê mas foi radicado lá, Dalton Trevisan e o grande Paulo Leminski, estes últimos de Curitiba. Só um parenteses, em 1989 conheci rapidamente Paulo Leminski em Campinas...Nunca vi ninguém tão sem consciência da importância que tinha na vida dos outros como ele.....
Bom, voltemos ao Itamar. Durante muito tempo passei comparando Itamar a Frank Zappa. Era algo que dava na música o ritmo do cartoon. Histórias contadas em suas melodias. Mas percebi que o Itamar tinha algo mais. Conheci seus três primeiros discos e achei genial. Quando já tinha lutado contra um cancer em Hospital Público virou sinônimo de MPB underground.
Me lembro de ouvi-lo na Alemanha durante três semanas mais vezes do que aqui no Brasil desde que o conheci, ha mais de 25 anos.
Acho o cara uma das melhores coisas da MPB, junto com Mutantes, Helio Delmiro e Egberto Gismonti. Eu sei, são estilos diferentes, mas para mim são MsPBs de primeira.Se me perguntam se gosto de MPB digo que sim, mas já vou pedindo.....Tem Itamar??????
A seguir coloco um Show do Itamar que sintetiza os primeiros discos do cara.....
Curta isto.....
sábado, 24 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
O país do futuro da China.
Belo Monte, caraca, é o tema do momento. James Cameron, diretor de "Avatar", quer trazer a mesma discussão do filme para o pais e acaba criando uma caricatura. Fica uma discussão entre: querer 3D ou dar a liberdade de ecossistema para o Nav'i. Para, não é esta a discussão. Temos que discutir a insegurança juridica do investimento, a sustentabilidade e, sobretudo, o que o investimento privado tem a ver com o projeto de desenvolvimento regional do estado.
Impressionante como não temos projeto de nada. Não pensamos no longo prazo. Quem pensa em 30 anos? Nem a previdência pensa em tão longo prazo.
Brasileiro tem memória curta mesmo. Não lembra do passado e está se lixando para o futuro. Não sei se anos de promessa de que o Brasil seria o "pais do futuro" nos fez rifar o futuro, não vejo ninguém preocupado com o futuro.
Vejo projetos de poder dos partidos mas projeto para o país, nada. Alguém já pensou que se o PT ganhar a eleição teremos mais 16 anos de PT (8 da Dilma e mais 8 do Lula que voltará)? Vejo o estrago que anos de um partido faz, moro em Sao Paulo e o PSDB está por aqui faz tempo.....Acomoda, no mínimo.
Agora, pensando em política pública, não me sinto nem um pouco confortável de saber que não temos alguém pensando em nossso futuro.
Temos grandes fundos financeiros fazendo exercícios de visão no curto prazo sobre as commodities, nivel de dolar, taxa de juros, preço da terra, e por ai vai.....Mas o que queremos ser?
Tem o bla bla bla da doença holandesa, do pre sal, dos preços dos minérios e commodities. Dai a argumentação sobre se deixaremos de ser um país industrializado. Poxa, temos uma estrutura industrial maravilhosa, o esforço empreendedor e estatal para montar um parque industrial que fizemos no I PND e, sobretudo, no II PND, somados aos ajustes terroristas da era Collor e FHC, deixou um herança de deixar inveja a muitos paíeses.
Esta estrutura diversificada tem em sua matriz diversos tipos de setores. No entanto, o que sobra para nós são : a) a concorrência em escala protegida pela dinâmica regional para atender ao crescimento das classes C e D que estão surgindo nas antigas periferias do desenvolvimento do capitalismo (setores tradicionais - confeccao, textil, calcados, moveis - que estao protegidos pela localizacao regional de nosso pais) ; b) as commodities que venderemos para países dinâmicos (China e outros). c) Competir em funções que não sejam estritamente a manufatura, ou seja agregar valor aos nossos produtos.
Esta última via não é uma caminho novo, Timoty Sturgeon nos faz a pergunta: A manufatura importa????? desde 1997. O importante é ter um design, marca, distribuição, financiamento da cadeia e outras formas de se apropriar do valor gerado na cadeia que não seja produzindo.
A questão que surge é: será que temos "as manhas"? Temos grandes escritórios de publicidade e criativos que podem nos ajudar a construir marcas; temos problemas na qualidade para distribuição; temos problemas no sistema financeiro e não conseguimos financiar a cadeia produtiva; somos criativos mas não temos a minima tradição de design....
O que nos restará?
Outro dia vi um artigo do Delfim Netto dizendo que estavamos exercendo o papel que a Africa exerceu no processo de desenvolvimento para as grandes potências, só que para a China.
Será que é isto que o futuro nos reservou?
Eu cresci ouvindo que o Brasil era o país do futuro. Agora que cheguei no futuro será que verei que seremos o país do futuro da China?
Impressionante como não temos projeto de nada. Não pensamos no longo prazo. Quem pensa em 30 anos? Nem a previdência pensa em tão longo prazo.
Brasileiro tem memória curta mesmo. Não lembra do passado e está se lixando para o futuro. Não sei se anos de promessa de que o Brasil seria o "pais do futuro" nos fez rifar o futuro, não vejo ninguém preocupado com o futuro.
Vejo projetos de poder dos partidos mas projeto para o país, nada. Alguém já pensou que se o PT ganhar a eleição teremos mais 16 anos de PT (8 da Dilma e mais 8 do Lula que voltará)? Vejo o estrago que anos de um partido faz, moro em Sao Paulo e o PSDB está por aqui faz tempo.....Acomoda, no mínimo.
Agora, pensando em política pública, não me sinto nem um pouco confortável de saber que não temos alguém pensando em nossso futuro.
Temos grandes fundos financeiros fazendo exercícios de visão no curto prazo sobre as commodities, nivel de dolar, taxa de juros, preço da terra, e por ai vai.....Mas o que queremos ser?
Tem o bla bla bla da doença holandesa, do pre sal, dos preços dos minérios e commodities. Dai a argumentação sobre se deixaremos de ser um país industrializado. Poxa, temos uma estrutura industrial maravilhosa, o esforço empreendedor e estatal para montar um parque industrial que fizemos no I PND e, sobretudo, no II PND, somados aos ajustes terroristas da era Collor e FHC, deixou um herança de deixar inveja a muitos paíeses.
Esta estrutura diversificada tem em sua matriz diversos tipos de setores. No entanto, o que sobra para nós são : a) a concorrência em escala protegida pela dinâmica regional para atender ao crescimento das classes C e D que estão surgindo nas antigas periferias do desenvolvimento do capitalismo (setores tradicionais - confeccao, textil, calcados, moveis - que estao protegidos pela localizacao regional de nosso pais) ; b) as commodities que venderemos para países dinâmicos (China e outros). c) Competir em funções que não sejam estritamente a manufatura, ou seja agregar valor aos nossos produtos.
Esta última via não é uma caminho novo, Timoty Sturgeon nos faz a pergunta: A manufatura importa????? desde 1997. O importante é ter um design, marca, distribuição, financiamento da cadeia e outras formas de se apropriar do valor gerado na cadeia que não seja produzindo.
A questão que surge é: será que temos "as manhas"? Temos grandes escritórios de publicidade e criativos que podem nos ajudar a construir marcas; temos problemas na qualidade para distribuição; temos problemas no sistema financeiro e não conseguimos financiar a cadeia produtiva; somos criativos mas não temos a minima tradição de design....
O que nos restará?
Outro dia vi um artigo do Delfim Netto dizendo que estavamos exercendo o papel que a Africa exerceu no processo de desenvolvimento para as grandes potências, só que para a China.
Será que é isto que o futuro nos reservou?
Eu cresci ouvindo que o Brasil era o país do futuro. Agora que cheguei no futuro será que verei que seremos o país do futuro da China?
sábado, 10 de abril de 2010
Luisz Felipe Alencastro e a Política Pós Lula
Excelente o artigo do Luz Felipe Alencastro publicada hoje no Valor. Fazia tempo que não via tanta independência e lucidez na midia brasileira.
Reproduzo-o a seguir.
Reproduzo-o a seguir.
A política pós-Lula
Para o historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro, os cenários políticos que podem emergir das urnas, em outubro, contêm elementos preocupantes, seja quem for o vencedor. Michel Temer, como eventual vice-presidente de Dilma Rousseff, tenderia a comandar um PMDB fortalecido demais, a ponto de comprometer o poder da presidente. Quanto a José Serra, Alencastro entende que o ex-governador de São Paulo, embora tenha "muita experiência" e seja "um grande líder", tem "um problema sério", derivado da dificuldade de formular uma proposta que se diferencie de políticas que se mostraram bem-sucedidas no governo Lula. Essa situação pode trazer certo conforto para a candidata do PT, mas está aí outro motivo de inquietação", pois "não é sadio para país nenhum a ausência de alternância política". Tendo acompanhado de perto a formação dos novos partidos, nos anos 1980, Alencastro conhece a dinâmica interna das principais legendas. No PT, vê o risco de transformação do lulismo no varguismo que o partido combateu em sua origem. Já o PSDB pode ficar circunscrito a São Paulo, enquanto a direita passa por um processo de radicalização semelhante ao dos republicanos nos Estados Unidos.
Exilado em 1968, Alencastro, então estudante da Universidade de Brasília, foi recebido na França pelo economista Celso Furtado e Raul Ryff, secretário de Imprensa do governo João Goulart. Na Europa, completou a graduação, o mestrado e o doutorado, antes de voltar ao Brasil para lecionar na Unicamp. Titular da cadeira de História do Brasil na Sorbonne desde 2001, o autor de "O Trato dos Viventes" [Companhia das Letras, 2000] conversou com o Valor num café próximo de sua residência parisiense. A seguir, trechos da entrevista. Valor: A revista "The Economist" fez uma matéria de capa sobre o Brasil, dizendo que o futuro chegou para o país do futuro. O sr. compartilha desse otimismo?
Luiz Felipe de Alencastro: Até a oposição compartilha desse otimismo. Dentro e fora do país há um consenso favorável sobre a economia brasileira, sobretudo com a entrada da China no mercado mundial, com uma forte demanda por matérias-primas. O lado negativo é que o comércio externo fica parecido com o que era no século XIX. Há um risco nessa divisão internacional do trabalho que vai se criando, em que o Brasil vira exportador de matérias-primas novamente. Valor: E a perspectiva política? Alencastro: O que me assusta é a ideia de ter Michel Temer como vice-presidente. Ele é deputado há décadas e foi presidente da Câmara duas vezes. Controla a máquina do PMDB e o Congresso à perfeição. Vai compor chapa com uma candidata que nunca teve mandato e é novata no PT. O presidencialismo pressupõe um vice discreto, porque ele é eleito de carona, para trazer alianças e palanques. Aos trancos e barrancos, instaurou-se um sistema presidencialista que tem dado certo no Brasil. O fato de haver dois turnos, associado à integração do vice na chapa do presidente, deu estabilidade ao sistema. Foi assim com Fernando Henrique e Marco Maciel. Foi assim com Lula e José de Alencar. Dilma e Temer formam uma combinação inédita: uma candidata até então sem mandato associada a um político cheio de mandatos e dono do PMDB, que é o maior partido do Brasil, mas nunca elegeu um presidente e vai com sede ao pote. O PMDB pode estabelecer um vice-presidencialismo, com um papel de protagonista que seria descabido. Valor: Dilma é considerada uma administradora eficiente, mas não tem uma carreira política como a de Lula. Isso pode comprometer seu governo?
Alencastro: Ela assumiu a Casa Civil num momento difícil. O governo e o país estavam em crise e, por muito tempo, não se falou nela, o que é um indício de grande eficácia. Num cargo exposto como esse, não ser notícia é um grande feito. Isso prova que não é ficção sua fama de boa administradora. Mas acho problemático ela não ter a experiência de um mandato eletivo. Valor: Lula, quando eleito, só tinha passado pela Assembleia Constituinte. Alencastro: Mas era o fundador de um importante partido político e um grande líder sindical. O lado conciliador de Lula vem daí, da experiência de conversar no botequim com os companheiros, negociar com o patronato, avaliar relações de força na fábrica e na política. Se ele errasse, dirigindo uma greve furada, a sanção não seria perder um mandato, mas ter no dia seguinte dezenas de trabalhadores no olho da rua. Sem contar as campanhas, as três que perdeu para presidente e uma para governador de São Paulo, em 1982. Dilma foi secretária estadual no Rio Grande do Sul, um Estado muito politizado, mas isso não equivale a um cargo eletivo.
Valor: Serra, o sr. conhece melhor. Alencastro: Serra tem muita experiência e é um grande líder. Mas tem um problema sério. Vou formulá-lo de maneira abrupta: e se Serra for um blefe? Explico: ele é apresentado desde 1982, quando foi secretário de Planejamento em São Paulo, como o reformador do Brasil, o homem que vai racionalizar a economia e dar jeito no país. Quando Fernando Henrique ganhou, ele foi ministro do Planejamento, mas ficou fora da política econômica. Como se dizia, Serra era o candidato da Fiesp, da indústria, e Fernando Henrique, da Febraban, dos banqueiros. Serra foi parar na Saúde e até hoje não quer ser associado àquela política econômica, de que era crítico acerbo. Valor: Já em 2002 ele tentava se apresentar como ruptura.
Alencastro: As pesquisas mostravam uma rejeição ao candidato indicado por Fernando Henrique. Isso continua. É curioso esse excesso de impopularidade. Chega a ser injusto. Não tem um vereador do PSDB que faça santinho dizendo ser candidato do partido de Fernando Henrique. Pergunto às pessoas, quando vou ao Brasil, o que as incomoda em Fernando Henrique. Fala-se das privatizações: "Vendeu tudo e não se viu o dinheiro". Ou nos bilhões de dólares queimados na gestão temerária da paridade cambial. Ou coisas mais subjetivas, misteriosas: "O jeito como ele ri"... Valor: Voltando a Serra, e se ele for um blefe, como o sr. diz? Alencastro: O problema dele é esse: com a expectativa em torno de seu nome, ele vai fazer o quê no governo? A própria Fiesp, que mais ela quer, senão seguir com a política de Lula? E os banqueiros, que se entopem de dinheiro? Sem contar os 26 milhões de pessoas que subiram na escala social. Não dá para saber o que Serra vai fazer. Não pode entrar com o discurso de acabar com a corrupção, porque isso não dá muito refresco e depende mais da Justiça, dos tribunais de contas. Valor: Essa situação parece confortável para Dilma. Alencastro: Esse pode ser outro motivo de inquietação. Não é sadio para país nenhum a ausência de alternância política. A transição de Fernando Henrique para Lula foi a primeira alternância que houve no Brasil dentro da legalidade democrática. Era a última hipoteca que pesava sobre a democracia brasileira. Uma democracia não é só ter partido político e eleição. É preciso que a oposição também possa ganhar. Isto posto, no Chile a "Concertación" ficou 20 anos no poder, só perdeu agora. Se o Lula voltar em 2014, e ficar 8 anos, aí vamos ter 20 anos de PT na Presidência. Penso que será mais complicado que o ocorrido no Chile. Valor: De todo modo, é uma projeção. Alencastro: É uma projeção, mas está no horizonte de gente como Aécio Neves, que deve estar inquieto. E não é uma perspectiva nova. Em 2006, a candidatura de Fernando Henrique estava na pauta. Na época, Serra teria dito: "Se for para perder, o candidato sou eu. Se for para ganhar, é Fernando Henrique." Essa projeção não é irracional. Os dois mandatos de Lula criaram algo novo. O cientista político André Singer mostra [em artigo para a revista "Novos Estudos"] que Lula foi eleito no primeiro mandato pelos operários sindicalizados e pela classe média. No segundo, perdeu uma parte da classe média e ganhou entre trabalhadores não organizados e subempregados, graças aos programas sociais. Isso resultou num novo populismo. Segundo Singer, esse eleitorado é conservador, não quer mudanças, quer que o governo tome conta dele. Acho essa interpretação um pouco estática, porque pressupõe que a ascensão social desse subproletariado não incomoda ninguém, e que a ameaça de perder o que ganhou não o levará a uma politização ativa. Valor: A classe média também pode gerar instabilidade, ao sentir que perde privilégios? Alencastro: Isso já está acontecendo. É o que alimenta a agressividade anti-Lula de certos jornais e revistas, que retratam a perplexidade de uma camada social insegura: os pobres estão satisfeitos e os ricaços também, mas a velha classe média não acha graça nenhuma. Ter doméstica com direito trabalhista, pobres e remediados comprando carro e atrapalhando o trânsito, não ter faculdade pública garantida para os filhos matriculados em escola particular. Tudo isso é resultado da mobilidade social, que provoca incompreensão e ressentimento numa parte da classe média. Daí o furor contra o ProUni, as cotas na universidade, o Bolsa Família. Leio a imprensa brasileira pela internet e às vezes fico pasmo com os comentários dos leitores, a agressividade e o preconceito social explícitos. O discurso de gente como o senador Demóstenes Torres no DEM [contra o sistema de cotas raciais nas universidades públicas] indica uma guinada à direita da direita parecida com a dos republicanos nos Estados Unidos. Lá, esse extremismo empolgou o partido inteiro e pode desestabilizar o país. A falta de perspectiva da oposição cria um vácuo para o radicalismo. Valor: A oposição está desarticulada? Alencastro: Desarticulada e sem discurso político coerente, e isso é ruim para o Brasil. Como ela vai se reorganizar? E vamos extrapolar: se perder São Paulo e o Rio Grande do Sul, acaba como força política nacional. Um desequilíbrio tamanho entre os partidos é problemático. Novamente, o exemplo americano: fico impressionado não só com o radicalismo, mas com a histeria. Obama é chamado de Anticristo... O Brasil pode enveredar por aí. Brasil e Estados Unidos são países conservadores e precisam ter um partido conservador à altura. A desarticulação da direita não é bom sinal. É preciso uma alternativa conservadora que mantenha a insatisfação no jogo eleitoral. Foi isso que o PT fez na esquerda. Ainda no tempo da ditadura, recolheu o sindicalismo apartidário, a franja próxima da luta armada, que tinha sido desmantelada, e a militância cristã, que não tinha onde se expressar eleitoralmente. Isso fez a força do PT. Valor: Depois de 2003, muitos desses foram embora, como os fundadores do PSOL. Alencastro: Foram, mas não saíram do quadro institucional. No México ainda tem gente fazendo política com capuz e arma na mão, como o subcomandante Marcos [porta-voz do comando militar do grupo indígena chamado Exército Zapatista de Libertação Nacional]. Na Argentina, não houve alternância completa: não conseguiram se livrar do peronismo até hoje. A China é uma ditadura que explora brutalmente sua classe operária. A Índia tem atentados a bomba. A Rússia está envolvida numa guerra colonial na Tchetchênia. O Brasil é o único dos Bric [grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China] sem bomba atômica, sem encrencas com os vizinhos e com uma prática democrática bem enraizada. Valor: A tendência, então, é Serra liderar uma direita radicalizada? Alencastro: O problema é que, a princípio, Serra não é o candidato que a direita gostaria de ter. Ele é um democrata com trânsito numa parte da esquerda. Também é meio estatizante, adepto de uma política tarifária protecionista e por aí vai. Não é a mesma direita de Demóstenes Torres, Ronaldo Caiado ou mesmo Geraldo Alckmin. Por quê? Porque Serra teve a experiência da perseguição política, da ditadura, do exílio. Companheiros dele foram mortos, outros torturados. Isso até o aproxima de Dilma: os dois principais candidatos à presidência correram o risco de ser assassinados pela direita mais radical. Serra ainda escapou de Pinochet quando estava no Chile. De Paris, acompanhei com atenção sua volta ao Brasil em 1977, antes da anistia. Eduardo Kugelmas [sociólogo e cientista político, morto em 2006], quando soube que Serra tinha voltado sem ser preso, me disse: "Todo mundo pode voltar agora. Serra é um elefante de piranha. Se ele passou, todo mundo pode voltar". Hoje, o que torna sua candidatura difícil é não ter um discurso mais abrangente, além do anti-PT, para atrair outros setores. Valor: A aliança possível para Serra seria talvez a direita radical, com que não se identifica. E sua adversária é uma esquerda que se aproximou das ideias que ele defendia... Alencastro: Serra está confrontado a um impasse. Não pode elogiar Fernando Henrique e não pode atacar Lula. Que candidato ele pode ser? Qual é seu terreno? Ele pode ser um blefe nesse sentido. Na campanha, vai ter de prometer continuidade para os programas do PT. Quando Sérgio Guerra disse que o PSDB faria tudo diferente, foi um desastre. Disse que ia mexer no câmbio e nos juros. Falou disparates e levou um cala-boca do partido. Valor: Isso pode fazer com que a campanha se torne virulenta? Alencastro: Na blogosfera, já começou. É terrível, a começar pelo episódio da ficha policial falsa de Dilma. É um sinal do que está por vir. Vai ser um vale-tudo monumental. Embora o impacto disso seja limitado no grande eleitorado, é forte entre os chamados "formadores de opinião". Sobretudo, cria um clima de tensão e de irresponsabilidade na campanha presidencial. Valor: A presidente da Associação Nacionais de Jornais, Judith Brito, disse que a fraqueza da oposição leva a imprensa a agir como partido. O que significa a imprensa se comportar como partido político? Alencastro: Normalmente, a imprensa defende a Constituição, reformas políticas, ideias. Não há nada errado, por exemplo, em apoiar candidatos. O "New York Times" apoiou Obama, mas tem um trabalho jornalístico sério e equilibrado. Esse é o papel da imprensa, o que é diferente de querer substituir partidos políticos. Fiquei perplexo com o texto de uma coluna regular num grande jornal carioca que continha uma proposta partidária para o PSDB. O papel do jornalista não é redigir programas partidários. Valor: Aécio Neves fala de um voto antipaulista que poderia prejudicar Serra. Alencastro: Aécio vem falando nisso desde 2002. A política nacional sempre foi perturbada pela política paulista. São Paulo não consegue se arrumar internamente por razões objetivas: é o maior Estado industrial, mas também o maior Estado agrário. Tem alta tecnologia, mas grandes favelas. Pesa economicamente do Oiapoque ao Chuí, no Paraguai e na Bolívia. Tudo isso cria rivalidades fortes na esfera estadual e a influência do Estado no país faz com que essa desordem repercuta nacionalmente. Valor: O PSDB é cada vez mais dependente desse Estado. Ele pode se tornar uma versão moderna dos partidos paulistas de antigamente? Alencastro: É uma possibilidade. No Rio Grande do Sul, por exemplo, Tarso Genro já empatou com José Fogaça. Se o PT toma o Rio Grande, sobra pouco para o PSDB fora de São Paulo. Fernando Henrique disse numa entrevista quando percebeu que a eleição de 1994 estava ganha: na Bahia, foi mais ovacionado que Antonio Carlos Magalhães. As pessoas agitavam notas de um real. Qual é o real do Serra? O real da Dilma são o Bolsa-Família, o PAC, o ProUni. Serra vai vender o quê? A grande mudança trazida pela ditadura eram os partidos nacionais, tanto na direita quanto na esquerda. Mas isso está acabando. O último partido nacional é o PT, os outros são fragmentos de costuras locais. Com isso, o que acontece? O desabamento do PFL, hoje DEM, à direita. Um PDMB que virou essa massa informe, que permeia tudo com clientelismo e é o maior partido do país. O PSDB pode se tornar um partido ilhado. Valor: Como fica o PT nessa configuração? Alencastro: Como partido no poder, o PT se aguenta, porque tem financiamento também do patronato, empreiteiras, grupos que antes não o financiavam. O PT tem ainda uma máquina partidária bem operacional, tempo de televisão e, claro, a disciplina partidária. Mal ou bem, eleições para a direção do PT têm atraído dezenas de milhares de militantes. Que outro partido brasileiro tem essa participação? Todo mundo se lembra da "convenção do Massimo", que reuniu Serra, Aécio, Fernando Henrique e Tasso Jereissati, em fevereiro de 2006, num dos restaurantes mais caros do Brasil, em São Paulo, para discutir a candidatura do PSDB às eleições presidenciais daquele ano. Valor: O PT sofreu mutações desde que Lula foi eleito. Alencastro: O aparelho, que se mexia sozinho, foi decapitado com a derrocada de [Luiz] Gushiken, [Antonio] Palocci e [José] Dirceu. Lula tomou conta e o partido perdeu sua independência. Tarso Genro disse que a candidatura Dilma cresceu no vazio que se criou dentro PT, e tem razão. O próprio Tarso, em 1997, foi pré-candidato contra Lula. Imagine se hoje isso seria possível! Existe um problema de sobrevivência para o PT pós-Lula. O movimento mais forte do Brasil no século XX, o varguismo, esgotou-se quando Lula foi para o segundo turno em 1989, batendo Brizola e puxando o eleitorado trabalhista. O PT também pode se desarticular porque perdeu o debate interno. Em 2005, com o escândalo do mensalão, Raul Pont propôs uma refundação do partido e enfrentou [Ricardo] Berzoini nas eleições internas. Perdeu, depois sumiu. Ninguém mais ouve falar nele, nem se sabe o que ele pensa. A ausência de debate interno pode transformar o PT num partido amorfo, corroído pelo empreguismo e o clientelismo político. Valor: A política brasileira caminha para a fragmentação? Alencastro: O que está acontecendo é a fagocitose das estratégias partidárias nacionais pela política estadual. É um efeito das reeleições nos Estados e nos municípios. Isso também coloca outros problemas. Seria necessário que os tribunais de contas estaduais e municipais fossem mais fortes, mais independentes - como o Tribunal de Contas da União - para escapar ao sobrepeso de um governador ou prefeito que é reeleito. As contas do Maluf, por exemplo, sempre foram aprovadas, e hoje ele está na lista vermelha da Interpol. Isso deveria levar a um questionamento maior no Brasil. Primeiro, nos partidos. Eles têm comissões de ética, mas abrigam eleitos acusados de diversos crimes. Depois, na imprensa, que deveria questionar tribunais de contas que aprovam o exercício de governadores e prefeitos delinquentes. Os editores deveriam pautar repórteres para recuperar os documentos, interrogar os membros desses tribunais. Como pode alguém ser perseguido pela Interpol, podendo ser preso em 181 países por causa disso, mas passar pelas regras da gestão pública brasileira? Valor: A política externa brasileira tem recebido elogios no exterior, mas críticas pesadas no país. A que o sr. atribuiria essa disparidade? Alencastro: Pela primeira vez, desde 1850, quando a marinha de guerra inglesa bloqueava a baía de Guanabara por causa do tráfico negreiro, a diplomacia brasileira entrou na agenda da campanha eleitoral nacional. Acho uma coisa muito boa. Durante a ditadura, política externa era um assunto secundário. Depois, com a internet, os jornais desistiram de ter sucursais e correspondentes no exterior. Ora, a política externa virou um assunto complexo, mas o Brasil não tem especialistas suficientes nos jornais ou nas universidades. A imprensa não segue política internacional de maneira adequada. Exige-se mais conhecimento específico dos jornalistas esportivos que de quem cobre o setor internacional. Há um quarteto de embaixadores aposentados que estão sempre na televisão, batendo em Celso Amorim e Lula. Repetem que a política externa é um desastre. Desastre? Os jornais americanos e europeus discordam. Nunca vi o Brasil com tanto prestígio. É até desproporcionado, dado o peso ínfimo do país no comércio internacional. Ao contrário da Índia e da China, potências atômicas com peso comercial enorme. Em maio, Lula vai ao Irã e está sendo criticado no Brasil. Já a "Economist" diz que é bom, porque abre novos canais de comunicação entre Estados Unidos e Irã. Nos últimos dias, a diplomacia brasileira usou com habilidade as regras da OMC e as manobras políticas para rebater o protecionismo americano na questão do comércio do algodão. Tenho certeza de que esse assunto, que começou em 2002 e ainda não terminou, ficará como um marco na história diplomática. |
sexta-feira, 9 de abril de 2010
O IPAD.
Por enquanto não conheço ninguém ainda que tem um IPAD. O Kindle, leitor de ebooks da Amazon, que oficialmente chegou em Outubro de 2009 eu só vi em Dezembro. Então acho que pela minha rede de amigos ainda vou demorar para ver uma IPAD na minha mão. Acho que a Anatel só vai autorizar no final de Abril.
O que temos por aqui são editoriais de revistas, nacional e internacional, com a seguinte questão: Vale a pena ter um IPAD?
Dai vem milhões de argumentos e coisa e tal.
Na verdade o conceito de "valer a pena" no sentido de funcionalidade não deve ser o único critério. Ele tem jogos, ve filme, navega, manda email, ve documentos, ouve musica e tem uma tela com tamanho legal e uma boa durabilidade de bateria.
Tudo isto se faz com outros aparelhos, mas os o IPAD da Apple me parece ser como desfiles de moda, são conceituais. Quase ninguém usa as roupas dos desfiles, mas eles mostram tendências de cortes, tecidos, cores, adornos e afins.
Acredto que o IPAD é um pouco isto, apesar de já ter vendido mais de 400 mil unidades. É um conceito que procura popularizar a interface touch e dar algumas dicas do que vem por ai.
Diferente do IPOD, lançado em 2001, que revolucionou a APPLE e o mercado, acho que o IPAD é mais um formador de opinião que um produto que revolucione o mercado e se torne um lider e sonho de consumo das pessoas.
Vamos esperar para ver, mas que eu queria dar uma olhada em um eu queria.
O que temos por aqui são editoriais de revistas, nacional e internacional, com a seguinte questão: Vale a pena ter um IPAD?
Dai vem milhões de argumentos e coisa e tal.
Na verdade o conceito de "valer a pena" no sentido de funcionalidade não deve ser o único critério. Ele tem jogos, ve filme, navega, manda email, ve documentos, ouve musica e tem uma tela com tamanho legal e uma boa durabilidade de bateria.
Tudo isto se faz com outros aparelhos, mas os o IPAD da Apple me parece ser como desfiles de moda, são conceituais. Quase ninguém usa as roupas dos desfiles, mas eles mostram tendências de cortes, tecidos, cores, adornos e afins.
Acredto que o IPAD é um pouco isto, apesar de já ter vendido mais de 400 mil unidades. É um conceito que procura popularizar a interface touch e dar algumas dicas do que vem por ai.
Diferente do IPOD, lançado em 2001, que revolucionou a APPLE e o mercado, acho que o IPAD é mais um formador de opinião que um produto que revolucione o mercado e se torne um lider e sonho de consumo das pessoas.
Vamos esperar para ver, mas que eu queria dar uma olhada em um eu queria.
Novo Sistema Operacional da Apple para Iphone e Ipod
Bom, a Apple apresentou hoje o novo sistema operacional (OS) para seus gadgets Iphone e Ipod. Para quem não sabe o OS é a alma do equipamento, assim como o Windows, Linux e Leopard nos computadores. Ou seja, sem eles as máquinas não funcionam.
O que tem de novo? Zoom digital de até 5x para a câmera, suporte para teclado bluetooth, wallpaper na tela, melhorias na ferramenta Mail e a função mais aguardada pelos usuários: o multitarefa.
Como os usuários de Iphone sabem, o aparelho não é multitarefa, não se pode ter 2 programas ao mesmo tempo. Outra coisa, é poder usar o aparelho como IBook, ou seja, vai ter conteúdo para baixar diretamente para o celular, igual a Kindle e Ipad.
Só para constar, hoje para passar um livro em Ereader para o Iphone tem que ser pelo software Stanza. Você baixa ele no Iphone e no PC, coloca os dois operando na mesma rede WIFI e consegue transferir Ebooks para o fone.
Para o Iphone o Stanza vc baixa pelo App Store, para o computador vai aqui o link: Stanza by Lexcycle
Boa leitura
O que tem de novo? Zoom digital de até 5x para a câmera, suporte para teclado bluetooth, wallpaper na tela, melhorias na ferramenta Mail e a função mais aguardada pelos usuários: o multitarefa.
Como os usuários de Iphone sabem, o aparelho não é multitarefa, não se pode ter 2 programas ao mesmo tempo. Outra coisa, é poder usar o aparelho como IBook, ou seja, vai ter conteúdo para baixar diretamente para o celular, igual a Kindle e Ipad.
Só para constar, hoje para passar um livro em Ereader para o Iphone tem que ser pelo software Stanza. Você baixa ele no Iphone e no PC, coloca os dois operando na mesma rede WIFI e consegue transferir Ebooks para o fone.
Para o Iphone o Stanza vc baixa pelo App Store, para o computador vai aqui o link: Stanza by Lexcycle
Boa leitura
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Saõ Sebastião, São Paulo e São Pedro
São Sebastião do Rio de Janeiro
Bom, o que falar das autoridades públicas do Rio de Janeiro depois da catastrofe ocorrida por lá com mais de 100 mortos ?
O que o poder público tem feito para realocar as pessoas que vivem em áreas de risco? O que o governo tem feito para estas populações que estão desde sempre a margem dos serviços publicos ?
Agora o poder público culpa a natureza e pede para a população ficar em casa e, o maior absurdo, que os carentes afetados procurem os "equipamentos públicos".
Que equipamentos públicos? Eles nem procuram mais porque os "equipamentos públicos" se esconderam deles ou se parecem com bonecos "transformers" que quando um marginalizado aparece se transforma em outra coisa.
Dizem que se gastou R$ 520 milhões para se fazer na Zona Sul a Cidade da Música, onde se concentrariam os Concertos, Shows e demais atrações musicais. Um ato de mecenas do Sr Cesar Maia com dinheiro público.
Quanto já se gastou com o Pan, quanto irá se gastar com as Olimpiadas e nada de amenizar estas mazelas que o Rio sofre desde que a Capital Federal se foi e deixou uma desordem estrutural na cidade.
São Paulo
Bom aqui em São Paulo não preciso dizer nada, temos problemas 10 vezes maior. E assim como o tamanho dos problemas as aberrações seguem a mesma lógica
Vejamos o exemplo dos problemas que temos com as chuvas e o quanto gastamos para promoção da Formula Indy comparado com os gastos contra enchente.
Promoção da Fórmula Indy: R$ 8 milhões
Investimento em piscinões: R$ 1,2 milhão
Limpeza de córregos: R$ 3 milhões
Manutenção de córregos e galerias: R$ 8,2 milhões
São Pedro.
Não importa que ha anos chove muito neste periodo, que temos tecnologia avançada para prevermos as chuvas e sua intensidade, que temos equipamentos sofisticadissimos para construir e prevenir desmoronamentos, que a ciência da geografia, geologia e afins já prevê catastrofes nas regiões ha muitos anos e que temos políticos incompetentes para administrar as cidades, a culpa é de São Pedro mesmo.
Bom, o que falar das autoridades públicas do Rio de Janeiro depois da catastrofe ocorrida por lá com mais de 100 mortos ?
O que o poder público tem feito para realocar as pessoas que vivem em áreas de risco? O que o governo tem feito para estas populações que estão desde sempre a margem dos serviços publicos ?
Agora o poder público culpa a natureza e pede para a população ficar em casa e, o maior absurdo, que os carentes afetados procurem os "equipamentos públicos".
Que equipamentos públicos? Eles nem procuram mais porque os "equipamentos públicos" se esconderam deles ou se parecem com bonecos "transformers" que quando um marginalizado aparece se transforma em outra coisa.
Dizem que se gastou R$ 520 milhões para se fazer na Zona Sul a Cidade da Música, onde se concentrariam os Concertos, Shows e demais atrações musicais. Um ato de mecenas do Sr Cesar Maia com dinheiro público.
Quanto já se gastou com o Pan, quanto irá se gastar com as Olimpiadas e nada de amenizar estas mazelas que o Rio sofre desde que a Capital Federal se foi e deixou uma desordem estrutural na cidade.
São Paulo
Bom aqui em São Paulo não preciso dizer nada, temos problemas 10 vezes maior. E assim como o tamanho dos problemas as aberrações seguem a mesma lógica
Vejamos o exemplo dos problemas que temos com as chuvas e o quanto gastamos para promoção da Formula Indy comparado com os gastos contra enchente.
Promoção da Fórmula Indy: R$ 8 milhões
Investimento em piscinões: R$ 1,2 milhão
Limpeza de córregos: R$ 3 milhões
Manutenção de córregos e galerias: R$ 8,2 milhões
São Pedro.
Não importa que ha anos chove muito neste periodo, que temos tecnologia avançada para prevermos as chuvas e sua intensidade, que temos equipamentos sofisticadissimos para construir e prevenir desmoronamentos, que a ciência da geografia, geologia e afins já prevê catastrofes nas regiões ha muitos anos e que temos políticos incompetentes para administrar as cidades, a culpa é de São Pedro mesmo.
sábado, 3 de abril de 2010
Restaurante Spadaccino
Amigos, sempre tive muito, mas muito preconceito com a Vila Madalena em São Paulo. Nunca comi e bebi bem por lá, mas é um excelente lugar para fazer um social. O bares estão sempre cheios, a bebida nunca é boa, a comida sempre a desejar e, principalmente, o atendimento sempre com aquele ar de "Lá vem aquele cliente pedir algo de novo".
Ontem, graças a minha companheira que vive tentando me livrar dos meus inúmeros preconceitos, atendi a sua sugestão de irmos ao Spadaccino na Vila Madalena. O plano inicial era irmos no Vito, aqui ao lado de casa que é uma cantina toda festejada pelas revistas descoladas de gastronomia. Mas como nunca tem lugar e ficar na fila de restaurante não é meu forte, nem quando estive na Russia peguei fila para comer rsrsrs, desistimos e mudamos os planos. Que excelente, pois os astros estavam a nosso favor.
Bom, fim de preconceito um da Vila Madalena, não existe lugar bom para parar. Tem um Estapar com seguro, se quiser levar a chave pode até levar e tem um bruta desconto para quem tem Porto Seguro...Tudo isto sai por R$ 10,00, enquanto os valetes te cobram 15 e sabe deus aonde colocam teu carro.
O estacionamento fica meia quadra do Spadaccino que fica na Mourato numero 1267. Carro parado, vamos ao que interessa. O restaurante é aconchegante, e como chegamos perto das 20 horas tinha lugar a vontade. Optamos pelo jardim que estava muito quente para o meu gosto porque o teto estava fechado. Surpresa número um, o garçom apareceu e muito simpaticamente disse: Vou abrir o teto porque estou sentindo que está quente lá de dentro do restaurante. Primeiro gol, o ambiente ficou delicioso, jantar a luz de vela no jardim.
O cardápio era bem interessante e o Aloisio, o garçom pro ativo, começou a dar seu show. Quando questionado sobre a sugestão da entrada mandou super bem com a Fungata (mix de cogumelos) que com a cesta de pães de fabricação própria arrasou.
Hora do prato principal, pedimos Coelho ao molho de vinho e funghi com espagheti na manteiga e Tortellini de ricota a la spadaccino. O Coelho foi o teste para a cozinha, e passou. Maravilhoso, bem servido e com excelente aspecto.
Finalizados os pratos, mais um pedido de sugestão ao grande Aloisio, a sobremesa. Como já tinha tomado meia garrafinha de um Tinto, mesmo sem ele saber que eu iria pedir um conhaque para finalizar, ele sacou que eu queria algo para finalizar e ele mandou bem.....Me sugeriu um Passito di Pantelleria Moscato que gelado me deu até vontade de comer umas colheradas da sobremesa um Tiramissu de Mascarpone e não de Cream Chesse como vimos por ai.
Não bastasse tudo isto ainda tinha o café e Aloisio nos deu três opções: descafeinado, cremoso e encorpado. Claro que fui no encorpado, e foi um dos melhores expresso que tomei em restaurante nos últimos anos.
Resumo da ópera, restaurante aconchegante, com comida muito boa e o serviço muito bom. Agora, não sei se o garçom foi algo particular ou se todos são assim, mas foi 50% da nota. Foi pro ativo sem ser invasivo, conhecia o cardápio e, fez um esforço para compreender o que queriamos e sacar nosso perfil, o que não existe em qualquer lugar.
A conta ficou menos de R$ 250, 00, o que é uma pechincha comparado com outros que servem comidas bem pior e o atendimento não chega aos pés.
Está em segundo lugar na lista, atras do Carlotinha. Um segundo lugar glorioso, haja vista que a pretensão do lugar não é ser cozinha de chef. Vamos voltar, e queremos ser atendidos pelo Aloisio o Spadaccino que deu um show a parte.
Ontem, graças a minha companheira que vive tentando me livrar dos meus inúmeros preconceitos, atendi a sua sugestão de irmos ao Spadaccino na Vila Madalena. O plano inicial era irmos no Vito, aqui ao lado de casa que é uma cantina toda festejada pelas revistas descoladas de gastronomia. Mas como nunca tem lugar e ficar na fila de restaurante não é meu forte, nem quando estive na Russia peguei fila para comer rsrsrs, desistimos e mudamos os planos. Que excelente, pois os astros estavam a nosso favor.
Bom, fim de preconceito um da Vila Madalena, não existe lugar bom para parar. Tem um Estapar com seguro, se quiser levar a chave pode até levar e tem um bruta desconto para quem tem Porto Seguro...Tudo isto sai por R$ 10,00, enquanto os valetes te cobram 15 e sabe deus aonde colocam teu carro.
O estacionamento fica meia quadra do Spadaccino que fica na Mourato numero 1267. Carro parado, vamos ao que interessa. O restaurante é aconchegante, e como chegamos perto das 20 horas tinha lugar a vontade. Optamos pelo jardim que estava muito quente para o meu gosto porque o teto estava fechado. Surpresa número um, o garçom apareceu e muito simpaticamente disse: Vou abrir o teto porque estou sentindo que está quente lá de dentro do restaurante. Primeiro gol, o ambiente ficou delicioso, jantar a luz de vela no jardim.
O cardápio era bem interessante e o Aloisio, o garçom pro ativo, começou a dar seu show. Quando questionado sobre a sugestão da entrada mandou super bem com a Fungata (mix de cogumelos) que com a cesta de pães de fabricação própria arrasou.
Hora do prato principal, pedimos Coelho ao molho de vinho e funghi com espagheti na manteiga e Tortellini de ricota a la spadaccino. O Coelho foi o teste para a cozinha, e passou. Maravilhoso, bem servido e com excelente aspecto.
Finalizados os pratos, mais um pedido de sugestão ao grande Aloisio, a sobremesa. Como já tinha tomado meia garrafinha de um Tinto, mesmo sem ele saber que eu iria pedir um conhaque para finalizar, ele sacou que eu queria algo para finalizar e ele mandou bem.....Me sugeriu um Passito di Pantelleria Moscato que gelado me deu até vontade de comer umas colheradas da sobremesa um Tiramissu de Mascarpone e não de Cream Chesse como vimos por ai.
Não bastasse tudo isto ainda tinha o café e Aloisio nos deu três opções: descafeinado, cremoso e encorpado. Claro que fui no encorpado, e foi um dos melhores expresso que tomei em restaurante nos últimos anos.
Resumo da ópera, restaurante aconchegante, com comida muito boa e o serviço muito bom. Agora, não sei se o garçom foi algo particular ou se todos são assim, mas foi 50% da nota. Foi pro ativo sem ser invasivo, conhecia o cardápio e, fez um esforço para compreender o que queriamos e sacar nosso perfil, o que não existe em qualquer lugar.
A conta ficou menos de R$ 250, 00, o que é uma pechincha comparado com outros que servem comidas bem pior e o atendimento não chega aos pés.
Está em segundo lugar na lista, atras do Carlotinha. Um segundo lugar glorioso, haja vista que a pretensão do lugar não é ser cozinha de chef. Vamos voltar, e queremos ser atendidos pelo Aloisio o Spadaccino que deu um show a parte.
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